Não se sabe a causa exata da Rosácea, mas estudos apontam algumas direções:
- Tendência familiar, com a possível transmissão de um gene com susceptibilidade a Rosácea.
- Reação exagerada do sistema imune frente a microorganismos.
- Infecção do trato digestivo pela bactéria H. pylori.
- Um ácaro presente normalmente na nossa pele, chamado Demodex foliculorum. Estudos mostram que alguns pacientes com Rosácea tem uma quantidade maior desse ácaro em seus poros em relação às pessoas que não tem a doença. Além disso, os pacientes de Rosácea fariam uma reação exagerada a presença deles.
- Uma proteína que normalmente protege nossa pele chamada Catelicidina, pode causar vermelhidão na pele. Tudo depende de como o corpo reage à essa proteína.
No início da doença as manifestações aparecem em forma de crises com o aparecimento de vermelhidão na face, principalmente nas bochechas, com sensação de calor, ardência ou pinicação. Com o passar do tempo esse vermelhidão se torna fixo e vasinhos de sangue (as chamadas telangiectasias) aparecem, junto com lesões tipo espinhas. As áreas mais afetadas são bochechas, nariz, testa e queixo. Porém com a evolução orelhas, peito e até costas podem ser acometidos.
O paciente portador de Rosácea tende a ter uma pele bastante sensível, que irrita facilmente com vários tipos de produtos para pele, como tônicos, cremes, demaquilantes e até filtro solar. Hoje sabemos que a Rosácea produz também uma alteração na camada de proteção da pele (manto hidrolipídico), fazendo com que a pele perca sua função de barreira e substâncias presentes no meio ambiente entrem mais facilmente gerando inflamações. É comum uma sensação de aspereza ou descamação na superfície da pele.
Existem 5 tipos de Rosácea que são basicamente os graus de evolução da doença.
1. Rosácea Eritêmato-telangiectásica:
Tipo mais comum, a pele se mostra vermelha, sensível e com vasos aparentes. A sensação de ardência ou pinicação geralmente está presente. Pode ser tratada com produtos tópicos e laser para “secar” os vasinhos.
Além do vermelhidão e vasinhos de sangue aparecem as lesões pápulo-pustulosas em crises, semelhantes a espinhas. Costuma ter períodos de melhora e piora alternados. Torna-se necessário associar tratamento por via oral.
Este é o tipo menos frequente de Rosácea. A inflamação gerada pela doença foi de forma tão intensa que causou um engrossamento e endurecimento da pele com aumento também das glândulas de sebo, com poros bastante dilatados. Geralmente aparece no nariz (que pode até dobrar de tamanho), mas outras áreas como queixo e orelhas também podem ser afetadas. É mais comum nos homens. Aqui se faz necessária a intervenção cirúrgica para reduzir a espessura da pele.
Aparece como vermelhidão, inchaço e descamação na região dos cílios (blefarite), além de sensação de ressecamento ou “areia” nos olhos. Necessita acompanhamento oftalmológico.
Manifestação rara da doença manifesta-se como pequenos nódulos na face, de cor acastanhada. Tem diagnóstico difícil e geralmente necessita de biópsia de pele.
Vários fatores desencadeiam as crises de Rosácea, é importante que você os conheça e evite.
- Bebidas alcoólicas.
- Tabagismo.
- Exposição solar.
- Exercícios físicos.
- Calor ambiente (banhos quentes e sauna, ambientes fechados e abafados).
- Vento gelado.
- Estresse emocional.
- Alimentos e bebidas quentes.
- Alimentos apimentados ou muito condimentados.
- Café, chá verde e chimarrão.
- Alterações hormonais.
- Uso de corticóides.
- Medicações orais (por exemplo, algumas para tratamento de hipertensão) e tópicos como os ácidos.
Não existe cura para a Rosácea, mas o controle é feito muito satisfatoriamente com os tratamentos disponíveis. O tratamento inclui produtos de uso tópico para diminuir a inflamação como ácido azeláico, metronidazol e peróxido de benzoíla. Produtos para reduzir o eritema/vermelhidão como a nafazolina e a brimonidina. Estes produtos não tratam a doença em si, mas mascaram os sintomas. Podem ser usados em fases de piora ou para eventos sociais.
Medicações de uso oral como os antibióticos tetraciclina e minociclina são necessários para os casos de pápulo-pústulas. A Isotretinoína oral pode ser usada em todas as formas da doença, em esquemas e doses diferentes das para acne. O tratamento a laser visa à eliminação dos vasos proeminentes na face. A energia do laser é absorvida pela hemoglobina do vaso de sangue, destruindo-o. Em geral são necessárias cerca de 3 a 6 sessões para um clareamento completo, variando conforme a intensidade da doença.
O primeiro passo para o controle da doença é identificar os fatores que pioram seus sintomas e evitá-los. Não use produtos cosméticos que não tenham sido recomendados pelo seu dermatologista já que a pele com rosácea é extremamente sensível.
DICA: para você que ainda tem vermelhidão na face ou mesmo durante o tratamento e quer disfarçar use um corretivo de cor esverdeada antes da base. Ele irá mascarar a coloração avermelhada.